Com o propósito de reflectir sobre o tema “Tornar-se Pessoa e Construir Comunidade”, a Associação Juventude Inquieta organizou um Congresso da Juventude, no passado dia 20 de Setembro, em Caldas de S. Jorge. Como objectivo do encontro, pretendia-se criar um espaço de questionamento pessoal e de auto-descoberta, valorizar a centralidade da pessoa humana em todas as actividades e, de modo especial, no relacionamento inter-pessoal e incentivar os participantes a desenvolverem acções de valorização humana e social. Para além dos jovens inquietos, estiveram presentes diversas pessoas, dos quais se destacam os jovens de diferentes grupos juvenis do concelho da Feira.
Maria dos Anjos, presidente da novahumanitas (formação e desenvolvimento pessoal), foi convidada a falar sobre o tema. Seguindo um método de diálogo e questionamento, a conferencista começou por interpelar os participantes sobre as grandes questões que os inquietam e que inquietam o mundo, para concluir que a felicidade, tida comummente como o grande alvo da vida dos homens e das mulheres, não é um fim a atingir, mas antes um processo contínuo e constante, em que o auto-conhecimento e a busca da conformidade com aquilo que se é autenticamente são ingredientes para uma vida abundante. Este auto-conhecimento, o processo de se tornar pessoa, revela-se a base para relações de vida mais autênticas, profundas e humanas e, assim, a construção de comunidades verdadeiras (independentemente do tipo de comunidade: famílias, associações, paróquias, freguesias, comunidades de trabalho, ou outras) assenta nas fundações constituídas por homens e mulheres autênticos e fiéis a si mesmos.
Nesse sentido, o esforço, a determinação e o tempo dedicados ao conhecimento e desenvolvimento pessoal não pode ser depreciado como se de uma coisa secundária se tratasse. É um trabalho constante e persistente, que implica desinstalação e coragem, capacidade de marcar a diferença e fidelidade. Implica a coragem de estar no mundo sem se deixar levar pela corrente; a coragem de ser semente na massa. Essa é a batalha principal de uma vida, a de se tornar aquilo que se é. Trata-se, afinal, da única batalha que importa.
Foi a primeira edição de um evento que promete ser reinventado no futuro, como contributo para o desenvolvimento das potencialidades de todos, de um modo especial da juventude.
Pedro Valinho
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